Acolhimento Familiar – Nova aposta da instituição

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Misericórdia de Vale de Cambra promove campanha de sensibilização para famílias de acolhimento de crianças em risco

A Misericórdia de Vale de Cambra promove a campanha “Um coração com espaço para mais”, que tem como objetivo impulsionar o acolhimento familiar de crianças, no distrito de Aveiro. “Procuramos corações generosos, famílias abertas a estes grandes mas belos desafios”, sublinhou o provedor ao Voz de Cambra.

Cristina Maria Santos

A Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra é agora uma instituição de acompanhamento de famílias de acolhimento de crianças em risco e lança, este mês, a campanha “Um coração com espaço para mais” para incentivar famílias ou pessoas individuais a acolherem crianças em situação de risco.

“Procuramos corações generosos, famílias abertas a estes grandes mas belos desafios”, sublinhou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra, António Pina Marques, em declarações ao Voz de Cambra.

António Pina Marques dirigia-se às famílias ou pessoas individuais que possam proporcionar às crianças ou jovens, de forma temporária, a sua integração em meio familiar estruturado, garantindo-lhes o afeto, o bem-estar e o seu desenvolvimento.

A Santa Casa de Vale de Cambra é uma das duas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS´s) do distrito de Aveiro, selecionadas para acompanhar famílias de acolhimento de crianças sinalizadas, enquanto não regressam à família biológica ou outra solução familiar, nomeadamente de adoção.

Depois do acordo de cooperação com o Instituto da Segurança Social, a Misericórdia reúne as condições necessárias para poder atuar como instituição de enquadramento e contribuir para a redução do número de crianças no país à procura de uma família de acolhimento. O projeto iniciou em Lisboa e a ideia é chegar a todo o país.

“Um coração com espaço para mais” é o mote do projeto que se junta ao símbolo “De Coração Aberto”, que tem justificado o trabalho desenvolvido pela Instituição nas várias valências que representa, nomeadamente na Casa de Acolhimento Residencial, em Coelhosa, há 30 anos.

Após a conclusão da formação da equipa técnica e, com o lançamento da campanha, nos próximos meses, a Instituição pretende esclarecer as pessoas e captar famílias de acolhimento.

As famílias que acolherem crianças e jovens dos 0 aos 18 anos, ficarão inscritas na Bolsa Nacional de Famílias de Acolhimento, receberão apoio técnico, apoio financeiro mensal para as despesas da criança/jovem e ainda vão ter acesso a formação inicial e continua.

A Santa Casa vai garantir um acompanhamento total a estas famílias com uma equipa multidisciplinar e, para isso, já contratou uma psicóloga, uma assistente social e uma educadora social.

“A Misericórdia de Vale de Cambra está muito satisfeita com as profissionais que selecionou. É uma equipa multidisciplinar, com formação académica e experiência relevante, para levar a bom porto este projeto, para o qual podem sempre contar com o apoio desta Instituição”, sublinhou Abílio Ferreira, vice- provedor da Santa Casa de Vale de Cambra.

Esta equipa técnica vai ainda disponibilizar os contactos 24 horas por dia para apoio às famílias de acolhimento.

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Famílias de acolhimento são fundamentais para o desenvolvimento saudável da criança e jovem

Atualmente, das 6.369 crianças em Portugal, em situação de risco, apenas 3% estão em famílias de acolhimento, lembrou Cristina Rocha, coordenadora do projeto, que diz que é preciso contrariar esta tendência.

“Este factor tem muito a ver com a falta de divulgação, por parte das entidades responsáveis, até aos dias de hoje”, adiantou.

A família de acolhimento possibilita um acompanhamento mais individualizado, uma maior atenção e disponibilidade à criança, explicaram as técnicas.

“O melhor para as crianças, sobretudo com menos de seis anos, é crescerem numa família de acolhimento e não em instituições”, referiu ainda a psicóloga.

Pode acolher uma criança ou jovem: uma pessoa singular; duas pessoas casadas ou que vivam em união de facto há mais de dois anos; duas ou mais pessoas ligadas por laços de parentesco e que vivam na mesma habitação; pessoas que não sejam candidatas a adoção e que não tenham relações de parentesco com a criança ou jovem; e pessoas com mais de 25 anos e menos de 65 anos (caso seja um casal só se aplica a um dos membros), referenciou Mariana Brandão Assistente Social da resposta Acolhimento Familiar.

O que se espera da família de acolhimento é ter disponibilidade para cuidar e proporcionar bem estar à criança ou jovem.

“Queremos que as famílias de acolhimento ofereçam às crianças e jovens as mesmas condições que prestam aos seus filhos, numa distribuição justa e não como fonte de receita ou ato de caridade e também é preciso explicar que este também não é o caminho para a adoção”, afirmou a coordenadora, Cristina Rocha.

A técnica refere que as famílias têm de ter em conta que não vão ser o pai nem a mãe destas crianças e jovens, serão sim responsáveis por eles, prestando-lhes os cuidados adequados, proporcionar-lhes um ambiente familiar estável, seguro, afetuoso e devem ter a disponibilidade para colaborar com a família de origem, quando a medida assim o permite.

A Instituição pretende explicar estas e outras premissas e fazer um trabalho de proximidade e falar diretamente com as pessoas do concelho de Vale de Cambra, mas também de todo o distrito de Aveiro. Tem já previstas visitas a centros paroquiais, instituições, associações, para esclarecer as forças vivas do concelho e distrito sobre este projeto.

Para se candidatar a família de acolhimento, deve contatar com o serviço de Acolhimento Familiar da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra, através dos seguintes contactos: Coordenadora: Cristina Rocha 913813153 ou acolhimentofamiliar@scmvlc.pt; Serviço Social: Mariana Brandão – 913813537 ou servicosocialafamiliar@scmvlc.pt; Psicologia: Cátia Garrido – 913813161 ou psicologiaafamiliar@scmvlc.pt.

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CONHEÇA AQUI, O QUE É O ACOLHIMENTO FAMILIAR?
O acolhimento familiar é uma medida que permite:
• Colocar de forma temporária uma criança ou jovem em meio familiar estável, garantindo o afeto, o bem-estar e o seu desenvolvimento.
• Garantir o direito de uma criança ou jovem viver com outra família, sempre que for determinada a separação da sua família de origem.
. O acolhimento familiar só pode ser decidido pelos Tribunais ou pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens.

Quem pode ser acolhido?
• Podem ser acolhidas as crianças ou jovens entre os 0 e 18 anos, que se encontrem em situação de perigo. No entanto, as crianças até aos 6 anos têm prioridade.

Quem pode acolher?
• Uma pessoa singular.
• Duas pessoas casadas ou que vivam em união de facto há mais de 2 anos.
. Duas ou mais pessoas ligadas por laços de parentesco e que vivam na mesma habitação.
. Pessoas que não sejam candidatas a adoção e que não tenham relações de parentesco com a criança ou jovem.
• Pessoas com mais de 25 anos e menos de 65 anos (caso seja um casal só se aplica a um dos membros).

O que se espera da família de acolhimento?
Uma família de acolhimento deve:
Ter disponibilidade para cuidar com amor, de uma criança ou jovem.
• Ter tempo para dedicar à criança ou jovem.
• Ser responsável pela criança ou jovem prestando os cuidados adequados.
• Proporcionar à criança ou jovem um ambiente familiar estável, seguro afetuoso.
Ter disponibilidade para colaborar com a família de origem da criança ou jovem, quando a medida assim o permite.

Quais os direitos da família de acolhimento?
• Inscrição na Bolsa Nacional de Famílias de Acolhimento.
• Apoio técnico durante o acolhimento da criança/jovem.
• Apoio financeiro mensal para as despesas da criança/jovem.
• Acesso a formação inicial e continua

Qual a duração do acolhimento familiar?
A duração do acolhimento, é variável, dependendo da decisão do Tribunal ou da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
Como fazer para se candidatar a família de acolhimento?
Para se candidatar deve contatar com o serviço de Acolhimento Familiar da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra:
Coordenação:
Cristina Rocha – TIm:913813153 – E-mail: acolhimentofamiliar@scmvlc.pt
Serviço Social:
Mariana Brandão –TIm:913813537 – E-mail: servicosocialafamiliar@scmvlc.pt
Psicologia:
Cátia Garrido – TIm:913813161 – E-mail: psicologiaafamiliar@scmvlc.pt